Ontem (9/4) ocorreu a palestra “Administração Municipal de Precisão”, na UERJ, no Rio de Janeiro. Muito interessantes a mesa redonda (que, de passagem, não era redonda) e as diversas apresentações.
Essa nota não é completa em relação aos assuntos tratados, mas dá uma idéia de pontos abordados.
Abertura e Mesa Redonda
Na introdução e na “mesa redonda” foram expostos vários aspectos da administração municipal, inclusive a necessidade de capacitação dos técnicos dos municípios.
Interessante o posicionamento da UERJ no sentido de ser fomentadora da troca de idéias e experiências entre as prefeituras do RJ, bem como a disposição em levar aos municípios o expertise disponível na Universidade.
Significativa do apoio do estado do Rio à iniciativa foi a presença, na mesa, de João Regazzi Gerk, Superintendente da Secretaria de estado de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro.
Apresentações
O grande foco das apresentações foi o relato da adoção, por algumas prefeituras brasileiras (“algumas significa talvez uma dezena dentre as aproximadamente 5.000) de sistemas de sistemas de informação georeferenciados – SIGs).
Os sistemas de informação georeferenciados, colocam, em mapas dinâmicos, informações disponíveis sobre o município. (isso muito brevemente – voltaremos ao tema em outro post).
Apresentaram seus casos de implantação de GIS as prefeituras de Vitória, Belo Horizonte, S.Paulo e Rio de janeiro (esta não pudemos assistir).
Cada prefeitura tinha sua história de implantação de SIG, devido a fatores históricos e de tamanho do município.
Além das prefeituras, Marcelo Bialek (empresa Imagem) falou dos sistemas SIG e implantações em prefeituras de forma geral. É gerente de contas na empresa, representante da ESRI (distribuidor), fabricante do software ArcGIS.
O professor Richard Resl da Universidade de San Francisco de Quito fez uma apresentação, sobre “Exemplos Internacionais de uso das Geotecnologias na Gestão de Cidades.
Ao fim da apresentação o prof. Resl falou de um projeto, um “contraponto” ou “complemento” à geotecnologia para adminstração das cidades: o projeto “Geo-citizen Framework”, que permite ao cidadão identificar, relatar, discutir e resolver problemas de planejamento espacial localmente. Embora essa pareça o estágio final da introdução dos sistemas geo-referenciados na administração municipal, na verdade pode ser pensada como uma etapa paralela.
Alguns Tópicos
Adiante apresentamos alguns tópicos da reunião, de forma livre.
- Aparentemente o sistema ArcGIS, da empresa ESRI é líder de mercado na tecnologia.
- Há concorrentes, inclusive sem custo (a verificar)
- Algumas prefeituras iniciam o SIG pelo cadastro de arrecadação de IPTU, por dar retorno financeiro mais óbvio.
- Para implantação de um SIG é necessário que os dados da prefeitura que serão georeferenciados estejam disponíveis e sejam de qualidade.
- Um ponto de atenção é a manutenção dos dados, que deve e pode ser feita pelas áreas que o geram (não foram detalhadas as interfaces de sistemas usadas)
- Foram relatados casos de dificuldade nessa atualização. (deve ser preciso motivar o fornecedor da informação – uma forma clássica é que a própria entidade fornecedora se beneficie das informações rgistradas)
- É possível a conversão de informações tipo CEP em coordenadas latitude e longitude.
- Uma outra opção, também usada, é a geração das coordenadas no cadastramento de novas informações.
- Daí se conclui que pode haver um tratamento diferenciado para diversos cadastros da prefeitura, porém precisa haver uniformidade no tratamento básico dos dados, de forma a que o resultado seja harmônico e interoperável.
- O palestrante de Belo Horizonte falou de diversos sistemas “clientes”, cada um se adequando mais ás necessidades de uma área funcional.
- Permitem essa diversidade, mantendo uma base central unificadora das informações e o acesso à base através de “API”s (pontos técnicos de acesso para programas)
- No caso de Belo Horizonte foi feita modelagem formal (no sentido de informática) das entidades dos mapas. (ex informal: um município é um polígono, um distrito é um polígono, um município contem diversos distritos, etc…)
- A base de dasdos georeferenciadas de Belo Horizonte é Oracle, por razões anteriores. (podem ser usadas outras bases que acolham informações geo)
- Existem normalmente custos associados à obtenção dos mapas básicos, nos casos apresentados através de levantamento por sobrevoo.
- Um foco do georeferenciamento para prefeituras (que na verdade deveria ser foco para os demais sistemas de informação municipais) é o compartilhamento de informações.
Notas
Há formas de se hospedarem informações georeferenciadas em computadores alugados ou em serviços de hospedagem. (a própria ESRI oferece o serviço). Isso minimiza a necessidade de administrar equipamentos mas coloca o problema de quais informações a prefeitura gostaria de colocar sob cuidados de “a terceiros”, tanto por confidencialidade quanto por segurança. (essa questão se aplica, na verdade a qualquer sistema).
Algumas informações são, na verdade, públicas por natureza e, divulgadas, enquadram-se na chamada “transparência” administrativa. Outras talvez não.
Um passo (a nosso ver) inicial para a implementação de sistemas georeferenciados é um planejamento de informática que incluirá a determinação do estado dos sistemas atuais do município.
Nesse plano se inclui, mais cedo (como querem muitos) ou mais tarde, o georeferenciamento; trata-se de um projeto que pode ser mais ou menos ambicioso, pode incluir um piloto, precisa ter preocupação com a continuidade; a rigor isso vale para qualquer projeto.
Por hora ficamos por aqui.
Links
No momento apenas o link da palestra, já ocorrida:
http://www.amp.uerj.br/#