[clipping (artigo integral) – Tribuna de Petrópolis ]
A nova pista de subida da serra e a construção do Arco Metropolitano, que já teve uma parte inaugurada, estão incentivando a expansão imobiliária na cidade. O motivo é que ambos encurtam a distância entre o Rio e Petrópolis. Com isso, muitos cariocas optam por subir e descer a serra todos os dias em busca de qualidade de vida. Entretanto, a previsão de que existem 4 mil novas unidades habitacionais em andamento na cidade é motivo de preocupação para organizações como a NovAmosanta, que tem como um dos objetivos cooperar com o governo, sugerindo melhorias em todas as áreas de infraestrutura urbana e social.
A preocupação é porque a cidade já enfrenta há anos o problema de mobilidade urbana e com a vinda de mais pessoas, estima-se que o número de automóveis também aumente. E não é só o centro da cidade que sofre com os engarrafamentos. Em Itaipava, principalmente nos fins de semana, trechos que, normalmente são percorridos em 5 ou 10 minutos, podem levar até uma hora.
A jornalista Renata Pompeu, de 39 anos, morava no Rio e há cinco anos se mudou para um apartamento na Granja Brasil, em Itaipava. Ao escolher a cidade para morar ela considerou a melhoria na qualidade de vida, por causa do trânsito e também para fugir da violência da cidade grande. Mas, de uns tempos para cá, Renata está preferindo não sair de casa aos fins de semana para evitar o estresse de ficar parada no trânsito. “A partir de quinta-feira começa o inferno. Não importa a hora que você saia de casa que vai estar engarrafado. Nos fins de semana então, fica impossível transitar, principalmente, entre 11h e 12h”, disse ela, que já chegou a levar uma hora para fazer o trajeto entre Bonsucesso até a reta de Itaipava, próximo ao Colégio Liceu. “Quando mudei não era assim, piorou nos últimos anos. Tenho visto muita gente mudando do Rio para cá, o que está deixando a cidade cada vez mais cheia. Também percebo que a construção da nova pista de subida da serra tem sido o motivo desta migração, porque vai diminuir a distância entre a cidade e a capital, mas acho que tudo isso é ilusão”, destacou.
O presidente da organização [NovAmosanta], Roberto Penna Chaves explicou que alguns estudos sobre mobilidade urbana para a região de Itaipava já foram feitos. Neles, fazem parte além da prefeitura, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Os projetos, que juntos somam, aproximadamente R$ 80 milhões, incluem construção de ciclovia ligando o Parque de Exposições até o supermercado Bramil, alargamento da pista entre o Trevo de Bonsucesso e o Arranha-Céu e ampliação da estrada do Catobira. A previsão é que estas intervenções levem de um a dois anos para ficarem prontas, a partir da data de início das obras.
Roberto comentou que também existe a possibilidade de ampliação da Estrada Mineira indo até o Shopping Itaipava. Além disso, ele disse que há um projeto que prevê o alargamento a pista desde o Retiro até Pedro do Rio. Uma outra opção é prolongar a pista até o Bramil, em Itaipava. “Já em Corrêas e Nogueira seriam construídas rotatórias para evitar que o motorista saia a esquerda de forma direta, o que influencia ainda mais nos engarrafamentos e também a colocação de divisórias de pistas no trecho a curto prazo. Os cruzamentos de pista junto às travessias provocam o gargalo no trânsito. São pequenas intervenções que podem ajudar”, afirmou.
Ele disse ainda que este é um projeto a médio prazo. “Espero que cheguem a um entendimento final para a construção de uma alternativa”, ressaltou.
A condição atual do trânsito, que vem sendo alvo de reclamações de petropolitanos e turistas, Roberto atribui ao aumento explosivo do setor imobiliário. “Com as melhorias na pista de subida e a construção do Arco Metropolitano, vai incentivar um fluxo grande de pessoas para virem morar aqui. Porque a cidade é mais tranquila, o clima é agradável”, disse.