NovAmosanta quer BR-495 na concessão, mas sem pedágio; presidente da instituição falou ao Diário sobre o assunto, que entrará em debate no segundo semestre

br495foto

Original Diário de Petrópolis – Philippe Fernandes (22/2/2020)

A inclusão da Estrada Philúvio Cerqueira (a BR-495, que liga Petrópolis a Teresópolis) no edital de nova concessão da BR-040 chamou a atenção dos petropolitanos. A inclusão faz parte de uma estratégia do Ministério da Infraestrutura para poder entregar à iniciativa privada rodovias que não têm movimento necessário para viabilizar financeiramente uma única concessão. Só haverá uma definição quando o edital for publicado, mas a possibilidade da inclusão de pedágio na rodovia que liga as duas cidades da região serrana já está sendo debatida pela sociedade civil organizada, com algumas pessoas até defendendo a exclusão da BR-495 da concessão. De acordo com a NovAmosanta, entidade que representa moradores dos distritos, o meio-termo é a melhor solução: a Petrópolis – Teresópolis dentro da nova concessão, mas sem a cobrança de tarifa, principalmente no trecho urbano.

É importante destacar, como o Diário divulgou com exclusividade, no início do mês, que o secretário nacional  de Transportes, coronel Marcello Costa, informou ao deputado federal Hugo Leal (PSD-RJ) que não haverá cobrança de pedágio na BR-495. Em entrevista ao Diário, o presidente da NovAmosanta, Jorge de Botton, destacou que o importante, agora, é debater o assunto com racionalidade, ponderando o que a rodovia precisa para oferecer uma melhor solução. De acordo com ele, até pelo fluxo de veículos que a Philúvio Cerqueira possui, não é necessário realizar grandes investimentos, como a duplicação, por exemplo. Por conta disso, também não seria necessária a instalação de uma praça de pedágio.

– A estrada precisa de algumas intervenções. Creio que esta questão não está definida, mas creio ser um erro  defender a exclusão da BR-495 da concessão. O que a gente deve discutir é: o que queremos e o que não queremos? É preciso que a estrada seja mais bem mantida do que é hoje, e de pequenos investimentos. No trecho urbano, por exemplo, não existem calçadas nem acostamento. Nesta parte da estrada, está sendo finalizado um empreendimento imobiliário com 800 apartamentos, que deverá ter um impacto de 20% na população de Itaipava. Então, a questão é: estamos satisfeitos com a situação atual ou queremos que seja feito o mínimo? – questionou.

Jorge de Botton sustenta que a estrada precisa de melhorias simples, como o alargamento de alguns trechos, a construção destas calçadas e acostamentos e a adoção de soluções em mobilidade como uma ciclovia, uma vez que a área urbana é reta e a instalação de uma faixa para bicicletas poderia ajudar a amenizar o tráfego para pequenos deslocamentos.

– A via tem baixo volume de tráfego em toda a sua extensão, e grandes intervenções trariam impacto ambiental terrível. Como não há a necessidade destes grandes investimentos, não existe razão em ter pedágio. No entanto, há a necessidade de uma melhor manutenção, que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) não tem condição de fazer, e pequenas obras. A questão é fazer o debate de uma forma inteligente, para que a gente atinja um objetivo de acordo com as necessidades da região – lembrou.

O presidente da NovAmosanta disse que é preciso ser realista.

– Não podemos correr o risco de a situação continuar como está: a rodovia não ser concedida e sem a previsão de investimentos, uma vez que nem o DNIT tem esses recursos, nem as Prefeituras das duas cidades – destacou.

Ministro falou sobre a estratégia de concessões

Conforme o Diário mostrou no sábado, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, falou sobre a estratégia de incluir rodovias menos movimentadas nos editais de concessão das principais estradas do Rio de Janeiro – neste ano, vão à leilão as administrações da Presidente Dutra, Washington Luiz e da Rio – Teresópolis. Em debate realizado em Seropédica sobre o edital da Dutra, Tarcísio explicou o porquê de incluir a rodovia Rio – Santos naquela concessão. Apesar de o ministro não ter citado, a lógica também vale para a inclusão da BR-495 (Petrópolis-Teresópolis) no novo edital da 040, uma vez que a modelagem é praticamente a mesma.

– É uma questão de distribuição de políticas públicas. A Dutra tem uma capacidade de tráfego e um pulmão financeiro que pode suportar a Rio – Santos, que não tem fôlego para suportar sozinha uma concessão. Aí as pessoas dizem que é injusto o usuário da Dutra pagar pela Rio – Santos. Não é. Isso é política pública. Eu vou pegar a estrada que gera maior receita e vou fazer obra, duplicação, investimentos, garantindo segurança para aquele segmento – disse.

 

 

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *

Você pode usar estas tags e atributos de HTML: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>