“Projeto Distritos de Petrópolis” é Apresentado

[do Diário de Petrópolis]

Diagnóstico socioeconômico e ambiental feito pela NovAmosanta vai orientar o desenvolvimento do município.

Paulo Igor, PMDB, Presidente da Câmara de Vereadores (e) e Roberto Penna Chaves, Presidente da NovAmosanta (d) assinam o termo de cessão do diagnóstico à Câmara (foto Diário de Petrópolis)

Elaborado para auxiliar o planejamento e direcionamento de ações para o desenvolvimento sustentável, o “Projeto Distritos de Petrópolis” traz um diagnóstico socioeconômico e ambiental completo do município, sendo o mais amplo estudo já realizado na região. O projeto reúne informações sobre uma área de 520 quilômetros quadrados entre os distritos de Cascatinha, Itaipava, Pedro do Rio e Posse.

O diagnóstico, cedido à Câmara e ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea), em solenidade realizada sexta-feira (28), vai orientar ações do Legislativo em relação a projetos importantes para a cidade, como Plano Diretor de Petrópolis e a Lei de Uso Parcelamento e Ocupação de Solo (Lupos).

Marcus Lima - presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e Penna Chaves, presidente da NovAmosanta assinam a cessão do Diagnóstico ao INEA - Foto Lourenço Eduardo Pinto

O estudo foi patrocinado pela NovAmosanta, entidade da sociedade civil sem fins lucrativos, e teve o apoio de pesquisadores de universidades federais, que participaram voluntariamente, e da empresa Mosaico Ambiental.

– O crescimento desordenado e as construções em áreas de risco nos distritos são situações que nos preocupam muito. O planejamento é fundamental para o desenvolvimento sustentável desta região – diz o presidente da NovAmosanta, Roberto Pena Chaves.

O projeto

O projeto reúne 284 mapas. Em 18 diferentes tipos de mapeamentos, os técnicos apontam áreas com restrições legais ou de alta suscetibilidade a processos hidroerosivos, além de áreas de alto risco e outras com conflito por conta da legislação ambiental.

– Em Petrópolis, não estar atento a estas questões e descumprir as legislações, significa, em muitos casos, risco de morte. A iniciativa de elaborar este estudo demonstra que a sociedade tem consciência sobre a importância de participar ativamente, contribuído com o poder público. Isso mostra que hoje as pessoas têm noção dos riscos que existem na cidade e cobram uma ação do poder público. Este tipo de estudo vai dotar as autoridades de instrumentos que ajudam a resolver problemas da cidade – considera a promotora Denise Tarin, que já atuou na promotoria de Meio Ambiente em Petrópolis e hoje está na 9ª promotoria de Tutela Coletiva do MPE, no Rio de Janeiro.

“O planejamento é fundamental para o desenvolvimento sustentável desta região”
Roberto Pena Chaves – presidente da NovAmosanta

Elaborado a partir de estudos de 10 técnicos e especialistas, entre os quais biólogos, geólogos, geógrafos e engenheiros – alguns destes doutores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) –, o projeto aponta não só áreas de risco e áreas que devem ser protegidas, mas também aborda o aspecto social, indicando localidades que precisam de infraestrutura por parte do pode público.

– Na prática, este diagnóstico abre um leque grande de possibilidade de aplicação. Ele poderá contribuir, por exemplo, com as avaliações de licenciamentos ambientais – pontua o presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marcus Lima, que se comprometeu a disponibilizar o documento à consulta pública.

Na área avaliada no estudo estão contidas importantes bacias hidrográficas, entre as quais as bacias dos rios Santo Antônio, Cuiabá, Jacó e Carvão – que sofreram grande cheia em 2011 – e do rio Manga Larga, no distrito de Itaipava, além das bacias dos rios do Bonfim e do Poço Ferreira, dos rios Araras e Cidade e das cabeceiras das bacias dos rios Fagundes,Pequeno e Maria Comprida do Ribeirão Retiro das Pedras e do Córrego do Paiolzinho, no distrito de Pedro do Rio.

– O levantamento traz uma gama de informações sobre os distritos nunca antes reunidas em um único banco de dados. Fizemos uma divisão das 12 bacias hidrográficas da cidade. Levamos em consideração todas as bacias que cortam a região, pois todos os fenômenos naturais, sejam de aumento de chuvas ou os períodos de seca, refletem diretamente nas bacias e causam consequências, como a fragilidade do solo e os desabamentos, por exemplo. O fato de termos muitas montanhas, faz com que as águas corram com mais velocidade, o que potencializa as inundações. É preciso que se avalie esta situação e que se adote medidas para reduzir os impactos disso – explica a doutora em geografia e especialista em gestão ambiental e florestal, Yara Valverde. (nota do log: Yara Valverde é diretora da NovAmosanta)

Socioeconômico

Além da questão ambiental, o estudo traça um perfil socioeconômico da região. Entre as preocupações de quem mora hoje nos distritos estão a falta de infraestrutura de serviços básicos e a falta de planejamento de trânsito.

– Observamos hoje, por exemplo, um crescimento desordenado nos distritos. Nos preocupa a possibilidade de haver uma explosão demográfica em Itaipava após a conclusão das obras da nova subida da Serra. Este diagnóstico aponta entre outras questões, onde estão as áreas de risco e onde há maior degradação ambiental, bem como que ações são necessárias frente ao adensamento crescente na região. É um instrumento que poderá somar às ações do poder público, em benefício da cidade – explica Fernando Varella, da NovAmosanta.

Contribuição à cidade

Mesa: Presidente da Câmara - Paulo Igor, Presidente do Inea- Marcus Lima, Procuradora do MPE - Denize Tarim, Procurador do MPE - Paulo Yutaka, Presidente NovAmosanta - Roberto Penna Chaves, Deputado Estadual- Luiz Paulo Correa da Rocha

A apresentação do projeto foi acompanhada por mais de 100 pessoas, entre as quais moradores e empresários da região. Entre as autoridades presentes estiveram os vereadores petropolitanos Maurinho Branco (SDD) e Ronaldo Ramos (Pros) e o deputado estadual Luiz Paulo Correa da Rocha, que presidiu a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou a tragédia provocada pelas chuvas de 2011 na região Serrana.

– O projeto apresenta um levantamento completo, com dados técnicos sobre a região dos distritos e será uma das ferramentas que teremos como base para a avaliação e votação de projetos de Lei para a nossa cidade, entre as quais as leis complementares ao Plano Diretor. É um compromisso da Câmara unir forças a NovAmosanta, que nos cedeu este material, e à sociedade para concretizar as ações para o desenvolvimento sustentável dos distritos – disse o presidente da Câmara de Vereadores, Paulo Igor (PMDB).

– As informações reunidas neste estudo serão levadas à Comissão Especial de Acompanhamento do Plano Diretor e vão ajudar a orientar os nossos trabalhos. Teremos, a revisão da Lupos, que é a lei que define os parâmetros de construções em cada região da cidade. Este levantamento certamente contribuirá para esta análise – completa o presidente da Comissão Especial, vereador Silmar Fortes (PMDB).

——————————————–

Nota do blog: as fotos de assinatura da cessão ao INEA e da mesa não pertencem ao artigo original do Diário de Petrópolis.

http://diariodepetropolis.com.br/integra/projeto-distritos-de-petropolis-e-apresentado-70720

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *

Você pode usar estas tags e atributos de HTML: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>